O drama do salto alto

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As idas para o emprego tendem a começar como as cenas d'O Sexo e a Cidade - um banho, uma roupa gira, maquilhagem, um penteado rápido e que impeça de ter cabelo nos olhos o dia todo, uns acessórios para completar a coisa, uma mala grande - porque as mulheres têm sempre muitas coisas para lá pôr - e claro: os sapatos! Quem tem muitos perde bastante tempo a namorar o par certo. Afinal, não é só o sapato que tem de ser giro e alto, tem de ser confortável, ficar bem com a roupa, ser adequado ao tempo... Experimentem uma sandália de salto agulha em dia de chuva, ou umas botas altas fechadas no verão... Não pode ser. Esta pequena grande futilidade chamada "sapatos" tem de ser escolhida com cuidado e não ao acaso! 


E depois de todos estes preceitos - estamos finalmente prontas para enfrentar mais um dia no mundo! E é sempre mais fácil enfrentá-lo em cima de uns Louboutins ;)

O dia começa como O Sexo e a Cidade, mas infelizmente não acaba assim - na maior parte das vezes nem daríamos meio-episódio, o local das "filmagens" está contra todas as mulheres que insistem em usar saltos altos. Não há passeio nem calçada que seja feita para saltos altos, muito menos saltos agulha. Jimmy Choos, Louboutins, Dior, Vuitton... não interessa a marca nem quanto custaram - sofrem todos o mesmo penoso destino. Salto partido. Mulher desolada.

Esta parte nunca é retratada nas séries ou nos filmes - e na maior parte dos casos, as "babes" não andam de carro - andam a pé e de transportes públicos.  A profissional moderna, com o look perfeito, andar confiante....que tropeça, torce o pé, parte os saltos, desmancha o penteado perfeito, suja o fato escolhido de manhã, e despeja o conteúdo da mala na calçada. Não, esta parte nunca é retratada mas é bem verídica. Os meus saltos e o meu orgulho que o digam! Todos os meses há mais um par de sapatos arruinado e mais uma ida ao sapateiro - na esperança que consiga resgatar o esplendor perdido dos meus sapatos.
São estas contingências que fazem de mim um modelo feminino com peças sobresselentes - exactamente como um carro: na gaveta da secretária do emprego está uma caixa de costura (para cozer o que eventualmente saia rasgado de mais uma queda aparatosa), uns sets de maquilhagem (para os dias em que se perde a compostura, ou não se dormiu que chegue e as olheiras chegam até ao pescoço), uns collants (porque as malhas nas meias são como os saltos dos sapatos - falham-nos quando menos esperamos) e um par de sapatos extra (porque claramente sair de casa com uns sapatos, não quer forçosamente dizer que regressaremos a casa com eles). Este ano, incorporo uma novidade no meu armário: saltos compensados, muitos saltos compensados. Os tornozelos e os joelhos agradecem.

Resta-me a pergunta: será que New York é a única cidade à prova de saltos partidos e pés torcidos? 

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